Coisas possivelmente interessantes

terça-feira, 12 de julho de 2011

Custou mas cá vai...

Já não escrevo nada de jeito há algum tempo...
Faltam-me as palavras, fogem de mim, não querem sair, têm medo de ser mal interpretadas ou que ninguém as queira ouvir.
Eu tento explicar-lhes que interessa é que saiam, que tenho de conseguir expressar o que sinto, mas elas continuam a ter receio de sair à luz do dia.
Ninguém diria que a vida é tão injusta, tão imprevisível, tão cruel!
Vai quem não merece e fica quem também não merece...
De um dia para o outro vai tudo abaixo, tudo muda, e nós ficamos mesmo :| "e agora? o que acontece agora?"
Agora?
Vive-se um dia de cada vez, tenta-se suportar a dor que nos vai na alma, lembrando-nos sempre de tudo.
Disseram-me "vais-te lembrar só das coisas boas"...
Isso não é verdade, lembro-me das más também; lembro-me como se fosse ontem. A primeira ida ao Hospital, a primeira operação, a primeira recuperação, a primeira recaída, a última operação, a última recaída, a última ida ao Hospital, o último internamento, o último olhar, o último toque, a última conversa, o último dia a que tive direito com a pessoa que me trouxe ao mundo, a pessoa mais importante da minha vida, e dói, dói como se tivesse sido atropelada por um comboio, ou talvez muitos de seguida...
Muitas lágrimas derramei, e muitas ainda derramo, desde há uns anos quando tudo isto começou. Nunca pensei que fosse acabar assim, sempre tive esperança, sempre acreditei na Medicina... Para quê? Para levar uma facada nas costas? Porquê Deus? Acredito que tudo acontece por uma razão, mas... Não consigo imaginar razões para isto!
Perguntam-me como é que eu estou. O que querem que responda? Se digo que não dizem que é normal e que vai passar, se digo que sim não acreditam e dizem o mesmo. Não quero nem preciso que me digam isso, eu sei que há de passar, até lá vou tendo dias bons e dias maus, principalmente dias maus. Se calhar até é egoísta da minha parte falar das minhas emoções quando a minha Mãe já nem as tem, mas não sei o que é suposto dizer ou sentir...
Desculpa Mãe por ter sido tão insuportável ocasionalmente, muito frequentemente aliás. Sempre foste compreensiva e perdoaste-me, estou-te eternamente grata por me teres criado e educado tão bem, à tua imagem.Toda a gente me diz que sou igual a ti, tal e qual, sem tirar nem pôr... Fico feliz, orgulhosa, mas triste, principalmente triste, vou sempre lembrar às pessoas uma pessoa fantástica que se foi. Eu sei que nunca me hei-de esquecer, e daqui a uns tempos pode ser que doa menos, mas deixar de doer? Não vai acontecer. Mas vais estar presente em todos os momentos da minha vida, sejam eles importantes ou não.

Vais estar sempre na minha mente, na minha alma e no meu coração.
I love you Mom 


2 comentários:

  1. Oh meu deus! :') Está tão lindo.

    Como disse à Sara, o que for preciso estou aqui. ♥

    Buchinho.

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  2. que coisa mais linda :') ela é a minha estrela lá em cima e tu a minha estrela cá em baixo, sempre comigo!

    love you

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diz o que vem à mente :) com honestidade e respeito ♥